Trato Feito!

Bom dia leitores! (Até agora não tenho nenhum, mas no futuro quem sabe?)

No último post eu contei um pouco da minha vida desde a grande descoberta do livro "Pai Rico, Pai Pobre", até o naufrágio financeiro de 2014. Agora como prometido, vou contar as estratégias adotadas para quitar minhas dívidas e me preparar para começar a investir!

Antes de tudo, sei que a maioria dos brasileiros ganha uma renda um pouco abaixo da minha. Não falo isso para me gabar, muito pelo contrário. Eu sou uma pessoa bem diferente em relação à isso. Não sou desse tipo de pessoa que se gaba por essas coisas. Falo isso porque muitos ao lerem esse post poderão argumentar:

"Ahh, mas se eu ganhasse isso até eu conseguiria poupar"

A questão não é essa, afinal eu não ganho muito, e acredito que dinheiro nunca é suficiente para a maioria das pessoas. Isso porque na grande maioria das vezes as pessoas acabam por gastar todo o salário, independente da renda.

A grande verdade é que os verdadeiros ricos (aqueles que detêm 1% da riqueza) são tão superiores quanto à renda (passiva ou originária dos negócios), que achar que você é "o cara" porque ganha 2 mil ou 3 mil enquanto seu vizinho ganha só mil, é hilário. Somos todos pobres! O que é mil, dois mil ou três mil comparado com um bilionário? Se você é um desses que acha que é o "bonzão" porque ganha uma merreca a mais, melhor rever seus conceitos.

Superada essa questão, voltamos ao assunto original:

As estratégias adotadas por mim foram:

1. Não poderia gastar mais do que ganhava mensalmente, era preciso economizar MUITO!
2. Embolsei R$ 6.300 com a troca do meu carro sedan 2.0 por outro popular 1.0. Sei que brasileiro é apaixonado por carro. Acho isso uma bobeira. É necessário ser maduro nessa hora e entender o que é necessário fazer. E também quanto mais cedo quitasse as dívidas, mais cedo poderia até comprar uma carro melhor.
3. Embolsei R$ 2.619 vendendo bens e objetos pessoais. Tinha muita coisa que havia sido comprada sem necessidade. Tinha hobbies por algumas coisas que pela minha idade deveria ter largado há um tempo...
4. Não me desesperei com os juros do cartão/banco. Sei que a maioria das pessoas entram em desespero quando aquele montante de dívida sobe em ritmo galopante. Achei que a melhor coisa a se fazer nesse caso era parar de pagar. Não pagava nem o mínimo! Fiquei assim uns meses até deixar o banco desesperado. O negócio era ver quem tinha mais sangue frio. Sabia que o banco adorava quando eu ficava devendo o cartão ou o empréstimo e pagava o mínimo. Eles só se preocupariam de fato se parasse de pagar. O banco me chamou para "conversar" algumas vezes e eu não ia propositalmente. Quanto mais a situação parecer perdida para o banco, mais eles estariam dispostos a negociar.

Estrategicamente deixei a dívida do banco/cartão para o final. Após algumas propostas que eu havia dito que não conseguiria pagar, eles me apresentaram uma proposta de quitação com juros bem menores e que reduziam o total da dívida drasticamente. Fiz uma contra-proposta reduzindo ainda mais os juros, que depois de muito insistência a gerente aceitou levar para aprovação de um comitê interno. No dia seguinte a minha proposta havia sido aprovada pelo comitê, com a taxa de juros que eu queria e o prazo também. Eles só não esperavam que depois disso tudo eu iria pagar a vista solicitando mais desconto. hehehehe. Precisavam ver a cara da gerente! Depois de tanta choradeira!
Alguns de vocês podem dizer que eu acabei com meu relacionamento com o banco. Mas digo a vocês que o relacionamento se refaz com o tempo. Hoje não tenho nenhum problema de crédito com esse banco. Achei bem melhor negociar a dívida dessa forma do que pagar aquele roubo de juros altíssimos por causa de um pseudo "relacionamento".

Olhem abaixo a variação do meu patrimônio mês a mês:
A linha preta pontilhada é o total do patrimônio (Ativo x Passivo)

Em setembro de 2014 meu patrimônio era de 23 mil, e em abril de 2015 já havia alcançado 40 mil. Um aumento de 72% em 7 meses! Nada mal para quem estava na m****.
Todo esse aumento (exceto o FGTS que ficava retido) foi direcionado para quitar as dívidas.

O gráfico abaixo mostra a variação patrimonial sempre em relação ao mês anterior. (dividido por categorias)

Setembro e outubro foram meses que grande parte do aumento do patrimônio foi devido à economia do salário, já em novembro não consegui a mesma proeza.
Em dezembro, com o décimo terceiro salário, as coisas voltaram a melhorar e as economias voltaram a turbinar!
Janeiro eu gastei um pouco mais do que ganhei. Porque?!
Aqui entra uma grande lição que aprendi nos anos anteriores: EQUILÍBRIO. Por mais que hajam metas, dívidas e o que for... Nunca se esqueça do ser humano que há em você e nunca foque somente em números!
Eu fui viajar de férias com minha namorada, e não me arrependo nem um pouco! Muitos vivem nos extremos: Ou gastam tudo e só fazem dívidas ou economizam igual maníacos.
É importante fazer uma pausa, aproveitar a vida. É igualzinho o que vemos no fim do ano na maratona da São Silvestre. Aquele que corre muito e se destaca no início não consegue terminar a prova e não aproveita a paisagem da corrida. Você quer aproveitar a sua vida ou quer parar antes sem conquistar o resultado? A vida não é só dinheiro.
A pausa fez tão bem que fevereiro voltei a fazer uma boa economia do salário e foi o mês que troquei meu carro por um mais barato e econômico. Foi o mês também que quitei todas as dívidas graças a Deus.
Sabiam que existem males que vêm para bem? Com as vendas daqueles meus objetos pessoais na OLX, acabei pegando um pouco do jeito do negócio. Reparem que o resultado positivo dos meus "investimentos" em março e abril/15 foram responsáveis por parte do meu crescimento patrimonial.
Que investimentos foram esses? hahahahahaha
Virei expert em descobrir o que vende e o que não vende, o que estava barato e o que estava caro na OLX. Comprava TVs, guitarras, bicicleta, celulares, etc e revendia no mesmo OLX. Consegui 992 reais assim. Várias vezes eu pegava uma coisa na casa de uma pessoa e ia imediatamente vender na casa de outra pessoa. É impressionante como as pessoas não sabem fazer uma busca em um site de venda. Nessa época fazia isso nem tanto por dinheiro. Comecei a gostar disso. Me sentia no History Channel em meu próprio programa de compra e venda. Hahahaha. Que saudades!

Agora mais aliviado e até meio "empreendedor", no próximo post vou iniciar a trajetória no mundo dos investimentos!

Até a próxima!